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domingo, março 21, 2004

Indies & Cowboys - nº 6 - Fevereiro 2004
 



Ryan Adams + Josh Rouse + Stealing Orchestra + Polmo Polpo + Houdini Blues + Twilight Singers + The Bens + Azure Ray + Mirah + Sun Kill Moon + Outkast + Rufus Wainwright + Soledad Brothers + British Sea Power + Explosions in the Sky + Joe Henry + Frog Eyes + Alla Polacca e Stowaways + o hip hop nacional da Coluna Verberal + as escolhas da Rádio Postal: Zig Zag Warriors + Henrique Amaro, DJ Vibe, Mónica Mendes, José Mariño e Jorge Mourinha




Manifesto Nº6

Depois de alguns momentos de completa desorientação espaço-temporal, a Indies acabou por reencontrar o caminho de acesso ao percurso incialmente traçado, com a confiança de quem vive de olhos fechados, de modo a não deixar entrar a poeira levantada por quem vai à frente, e faz questão de travar a fundo em estrada de terra, sempre que possível.

Com a convicção de que o importante é seguir viagem, mesmo que a 70km/hora, dentro de um Subaru de 1989, sem ar condicionado, nem vidros eléctricos. Com o lema de que o importante é saber conduzir. E fintar os sapos, obviamente.

Em pleno rancho 2004, a Indies não foge à regra e, tal como qualquer índio ou cowboy, espera deste ano muito mais do que o anterior trouxe na algibeira. Mais música, sempre, em português ou em indieano, tanto faz, o importante é ouvir, descobrir, mostrar e voltar a ouvir.

Mais ideias - que se continuem a atropelar umas às outras, que possam continuar a passar das duas às três dimensões a pouco e pouco, que continuem a tirar-nos o sono, que continuem a surgir sempre em temporadas de insónias. Mais palavras – que continuem a fluir no papel compulsivamente, e sobretudo que continuem a conseguir explicar por que é que há músicas que nos fazem doer o estômago a cada audição. Mais actos – porque falar é fácil. E porque mais fácil é dizer que não se gosta antes de provar. Que não se consegue antes de tentar.

Mais confiança – porque como todos queremos acreditar, é como diz o Josh Rouse, «it’s an honest thing, and honest things they last».

Bom Ano!

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Indies & Cowboys - nº 5 - Setembro 2003
 



Neko Case + Mogwai + Cosmic Rough Riders + Norton + The Thorns + Laura Veirs + Lucinda Williams + Josh Rouse + Ed Harcourt + Califone + Super Furry Animals + Keziah Jones + The Pernice Brothers + The Cramps + Gillian Welch + a estreia do hip hop nacional da Coluna Verberal + as escolhas da Rádio Postal: Zig Zag Warriors + Henrique Amaro, DJ Vibe, Mónica Mendes, José Mariño e Jorge Mourinha




Manifesto Nº5

A Indies está de parabéns! Pelo menos para os cowboys cá da casa... A cobóiada independente já anda em viagem há um ano, e felizmente pode orgulhar-se de ter conseguido chegar até aqui com o mesmo espírito com que iniciou a demanda. Com alguns altos e baixos, é certo, porque não há estrada plana que sempre dure, mas a verdade é que acaba sempre por haver mais descidas do que subidas, e a descer, lá diz o ditado, todos os santos ajudam. E não têm sido poucos os que se têm atravessado no caminho da Indies... e que têm assim ajudado a cobóiada a contornar certas encostas mais íngremes. Thanks again!

No entanto, reza a lenda de que mesmo com paciência de santo, há certas encostas de escalada impossível. As temperaturas são elevadas. As das encostas. Costas quentes. É, no mínimo, desmotivante ver como em pradarias tão pequenas, em que todos dizem puxar o mesmo lado em prol de um objectivo comum, se detectam ao virar de cada esquina vestígios de desinteresse, ou de interesses trocados.

Tal como as prioridades de certos xerifes, que andam de tal maneira desarrumadas, do mesmo modo que a regra do deixa andar está de tal maneira interiorizada, que quando se vai a ver o gigante Golias está com medo do cowboy David. Chega inclusivamente a ameaçá-lo, caso ele não lhe peça autorização para dar o passo seguinte, esquencendo-se que nesta história ambos jogam na mesma equipa.

Uma equipa que ao longo deste ano mostrou ter em jogadores mais «pequenos» os seus maiores trunfos. E que talvez para se defenderem dos cromos do jogo, desenvolveram jogadas bem pensadas, construídas com base em passes bem feitos e sempre no timing certo, sem faltas à mistura nem contrapartidas dissimuladas, tudo aliado a uma capacidade de resposta inigualável. Já os gigantes... alguém que lhes faça ver que o tamanho não interessa!

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Indies & Cowboys - nº 4 - Fevereiro 2003
 



Mike Patton + Bildmeister + Blasted Mechanism + Ron Sexsmith + Deerhoof + Iron & Wine + Maximilian Hecker + Evan Dando + New Pornographers + Damien Jurado + The Roots + Calexico + Loose Fur + Blood Brothers + Devendra Banhart + Howe Gelb + Stephen Malkmus & the Jicks + The Kills + White Stripes + The Folke Implosion + as escolhas da Rádio Postal: Zig Zag Warriors + Henrique Amaro, DJ Vibe, Mónica Mendes e José Mariño




Manifesto Nº4

Enquanto caminha a passos largos em direcção à celebração do seu primeiro ano de vida, a Indies & Cowboys decidiu dar um passo quase maior do que as pernas que a sustentam actualmente para arrancar com as comemorações enquanto é tempo. Com um único objectivo na bagagem, Mary-John e M&M fizeram-se à estrada para assistir ao concerto dos Roots no Zénith de Paris. E uma vez que lá conseguiram regressar sãs e salvas ao ponto de partida, apesar de por várias vezes terem ameaçado não encontrar o caminho de volta de tão bom que é o sentido de orientação da dupla em causa, aproveitam agora para trocar partilhar impressões acerca do concerto.

Para além da compreensão face ao pequeno atraso com que este número chega às bancas, a Indies pede ainda uma comissão de boas vindas para o novo colaborador de serviço Beep Beep, que daqui em diante poderá facilmente ser encontrado no posto “Sob Escuta” (e não só), em análises livres e sem pressas. Welcome aboard, Nuno!

À semelhança do número anterior, a Indies continua a zelar por uma divulgação musical saudável e sem vícios de qualquer ordem na utópica «Rádio Postal», que regista este mês a ausência (por motivos burocráticos) do cowboy António Sérgio. O “Grande Delta” assegura, no entanto, o envio de novo postal a tempo da próxima viagem. Os restantes Cowboys nas Horas Vagas estão de volta ao papel com novas emissões personalizadas, cujo conteúdo a Indies continua a aconselhar seja passado para formato CD, com ajuda de um qualquer sistema de download. O assunto está gasto, mas... continuamos a descer. Os discos em França custam o mesmo que em Portugal. Palavras para quê?

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Indies & Cowboys - nº 3 - Fevereiro 2003
 



Zig Zag Warriors + Old Jerusalem + McLusky + Shannon Wright + The Unplayable Sofa Guitar + Brendan Benson + Masters of the Hemisphere + Jesse Malin + Tahiti 80 + Polyphonic Spree + Neko Case + The Bigger Lovers + Super Suckers + Mark Eitzel + a estreia das escolhas da Rádio Postal: Zig Zag Warriors (Zé Pedro Reis e Miguel Quintão), Mónica Mendes, José Mariño, Henrique Amaro, DJ Vibe e António Sérgio




Manifesto Nº3

Numa altura em que se vivem grandes transformações no panorama radiofónico do nosso país, a Indies, apesar de continuar a torcer por todos aqueles que insistem em andar aos papéis em detrimento dos microfones, decidiu entrar no espírito e fazer as suas próprias transformações... radiofónicas e não só.

Qual músico apaixonado que consegue finalmente editar o primeiro álbum, qual escritor que antes de ser já o era e que decide ao fim de cinco anos reunir os muitos textos que tinha armazenados na pasta “quem_sabe_um_dia.doc” do computador lá de casa, a Indies agradece a todos os que decidiram pagar a quantia que lhes foi pedida no acto da entrega. Uma primeira transformação, posta em prática num momento que se queria decisivo, porque a situação era realmente de ou-vai-ou-racha. Não só porque não há cowboy (ou girl) que resista a sandes de atum com iogurte de morango e cereais a acompanhar ao almoço, cinco dias por semana, mas também porque houve uma transformação número dois.

Desde o início sustentada pela boa vontade do trio-maravilha formado por Mary-John, Lia Gamma e Kara Podre, a Indies deixará a partir deste número de contar com a cumplicidade de Kara Podre, que por motivos de força maior, deixa o Oeste e parte para outras paragens, com os votos de muita sorte na bagagem. Adiós amigo!

E a provar que depois da tempestade vem realmente a bonança, a Indies subiu novamente para o cavalo e está em alta, sobretudo devido ao apoio e disponibilidade demonstrados durante os últimos meses por uma equipa de “Cowboys nas Horas Vagas”, que aceitou sem (grandes) hesitações o repto lançado pela cóboiada sempre à escuta.

A ideia era (ou parecia) muito simples: a rádio no papel. Uma pequena tentativa de trazer algo de novo à ràdio, já que, ao que parece, por mais que se inove, por mais técnicas que se descubram, e por maiores que sejam as transformações, não raras vezes, anunciadas, as colunas da aparelhagem continuam todas a debitar o mesmo.A mesma música, a mesma informação, os mesmos perfeccionismos limpinhos, as mesmas faltas de improviso e de naturalidade, a mesma falta do imprescindível factor humano.

Estaremos então condenados a ouvir sempre mais... do mesmo? É contra isso que se manifesta a «Rádio Postal». Uma rádio sem som, mas com a força das palavras daqueles que ainda acreditam... na força das palavras. Como diria António Sérgio: pelo “direito à diferença”.

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Indies & Cowboys - nº 2 - Novembro 2002 - Esgotado
 



Interpol + Liars + Ken Stringfellow + Sondre Lerche + Federation X + Be Good Tanyas + Kasey Chambers + The Incredible Moses Leroy + Beth Orton + Division of Laura Lee + The Datsuns + The Legendary Tiger Man + The Vessels + Ugly Casanova + Lincoln + D4 + Miss Black America + The Catheters + Ryan Adams + Soledad Brothers




Manifesto Nº2

É oficial: este será provavelmente o último número da fase de distribuição gratuita da “Indies & Cowboys”. Uma decisão complicada, mas que teve de ser tomada por força das circunstâncias. Depois de seis meses vetada a uma contenção de gastos que se reflectiu em ingerir apenas uma refeição quente por dia, bem como na redescoberta dos prazeres de apanhar o autocarro todas as manhãs, ou, noutros casos, na constante fuga ao cumprimenro dss regras monetárias impostas por uma qualquer empresa de (des)organização de estacionamento público, a cobóiada independente chegou à conclusão que precisa urgentemente de recuperar a sua vida para além da música.

E mais grave do que tudo isso, foi a dieta rigorosa a que teve de se submeter no que à compra de discos diz respeito. E como alguém disse, e muito bem, não se podem fazer omeletes sem ovos. Por tudo isto e porque pensamos que cada um tem o direito (e o dever) de sustentar os próprios vícios, acreditamos que todos os seguidores da “Indies” não se importarão de dispensar uma moeda de dois em dois meses para que o prejuízo deixe de ser total.

Postas as cartas na mesa, Mary-John, Lia Gamma e Kara Podre anunciam ainda que já a partir deste número, apesar de continuarem a assinar as suas investigações com os respectivos nomes de código, disponibilizam na Ficha Técnica o acesso às suas verdadeiras identidades, para que deixe de constar por essas pradarias que andam fugidos à Lei. Afinal de contas os aliados do Oeste são cada vez mais, e se tudo correr de acordo com a rota traçada, muitos deles descerão do cavalo para dar a cara já no próximo número.

Por agora, a “Indies” continua a promover Encontros Imediatos e a partilhar com os cowboys vizinhos a música que lhe vai enchendo (ou não) as medidas, mas sobretudo... a delirar! E enquanto isso, José Aquático vestiu a pele de Repórter Estrábico e foi para a rua dar milho aos pombos...

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Indies & Cowboys - nº 1 - Setembro 2002 - Esgotado
 



Utah Carol + Federation X + The Hives + The Arlenes + Bettina Richards + Ben Kweller + Tift Merritt + Mirah + Wilco + Hot Snakes + The Walkmen + Reindeer Section




Manifesto Nº1

Travada a primeira batalha, a Indies sente-se confiante para mostrar o que vale naquela que será a sua primeira prova de fogo. De olhos postos no futuro, não quer desiludir todos aqueles que fizeram questão de se alistar no movimento por si criado, e por isso continua a fechar os olhos aos ventos fortes que sopram em contrário, determinada que está em chegar ao oásis que sabe existir por trás do sol posto.

Apesar de estar habituada aos ares quentes e secos que respira através de alguns dos discos que tem andado a ouvir, a cobóiada independente sentiu na pele as temperaturas do mês de Agosto. O calor subiu-lhe à cabeça, pelo que decidiu recorrer à medicina alternativa, criando uma sala de “Delírios Pessoais”, que será utilizada sempre que assim se justificar. Não são necessárias marcações prévias, nem passagens obrogatórias por salas de espera. A Indies não tem sala de espera. A entrada é aconselhada apenas a quem embarca facilmente em altos voos mentais e aterra frequentemente de cabeça na água.

A Indies gosta de ambientes mariños. Gostava de se dedicar à caça submarina, mas não pode submenter os ouvidos a tais pressões por motivos de força maior. A Mariana diz que o pai costuma mergulhar nas férias e que traz sempre dois ou três polvos para o almoço. A Indies gosta de polvo. (Alguém avise a cobóiada que a sala “Delírios Pessoais” está disponível...).

Afinal não está! O José Aquático está lá dentro. Acabou de se juntar à equipa da Indies, e já sofre de alucinações musicais. Aliás, a Indies suspeita que o vírus já lá estava bem alojado e foi por isso mesmo o recrutou para travar consigo as demais batalhas que tem pela frente. Há já alguns anos que observava atentamente o seu trabalho, e agora tem o privilégio de poder contar com os seus delírios de “Índio à Paisana”. E quem sabe se num futuro (mais ou menos) próximo não será o próprio Zé Aquático a dar o primeiro passo no que toca a mostrar à navegação que por vezes as primeiras impressões são enganosas e que a Indies é mesmo contra regionalizações musicais... apenas precisa de tempo. Neste e naquele sentido.

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Indies & Cowboys - nº 0 - Junho 2002 - Esgotado
 



Rosie Thomas + Johnny Dowd + Josh Rouse + Cosmic Rough Riders + Conor Oberst aka Bright Eyes + Yeah Yeah Yeahs + Joe Henry + Desaparecidos + Mooney Suzuki





Manifesto Nº 0

Sem rivalidades, sem marcação prévia de território, sem setas nem tiros certeiros de espingarda, a Indies & Cowboys é uma fanzine com distribuição mensal (e regulares alterações de humor) e gratuita (até ver...).

A Indies & Cowboys tem medo de assumir compromissos. Andava há já muito tempo a adiar o inevitável, que é como quem diz, sair da gaveta e mostrar o que vale. O empurrão teimava em não bater à porta, mas a provar que há mesmo males que vêm por bem, outros desânimos comuns a uma equipa escassa, fraca de recursos mas forte de espírito, e sobretudo muito unida, viram na criação da Indies um meio para atingir um fim. Fim esse que passa simplesmente por poder escrever à vontade, sem limitações de tempo nem espaço, sem imposições de conteúdos, sem pressões marketianas nem rotinas jornalísticas.

A música é o seu assunto preferido, mas a sua forte tendência para embarcar em divagações temporais e outras que tais, virá certamente ao de cima, mais do que uma vez, e pela mão de diferentes e atentos AA (leia-se audiófilos anónimos). Chamamos desde já a atenção para esta particularidade do feitio da Indies e Cowboys, porque no meio dos muitos comentários sem sentido e absolutamente desnecessários que irão ser corajosamente publicados, hão-de estar escondidas grandes ideias nas entrelinhas, que só mentes tão delirantes como a sua poderão descobrir. A Indies & Cowboys não é elitista.

Gosta de espaços abertos. Em altura de referendos, votou contra a regionalização musical, não conseguindo, no entanto, disfarçar a atracção que sente por territórios independentes, alternativos, áridos, quentes e secos. Gostava de ir ao Texas conhecer o Oeste profundo, ver cactos e oásis no deserto, cowboys a sério a cavalo e de chapéu, mas as doações que todas as semanas faz aos balcões das mais variadas lojas de discos (agora também das virtuais), não permitem que o saldo da poupança passe dos 50 euros depositados no dia da abertura da conta.

É desses discos que, por enquanto, a impedem de partir para outras paragens, que a Indies & Cowboys quer falar. Nunca criticar. A Indies & Cowboys não avalia. Quer apenas poder dizer se a música responsável pela compra daquele disco era ou não um “false friend”. Poder partilhar o prazer de descobrir um disco que a deixa sem palavras e, às vezes, até com aquela impressão no estômago que ataca quem vive (passo a conotação pirosa) apaixonadamente. Aconselhar todos a ouvir aquela música vezes sem conta, porque o efeito é totalmente diferente a partir da décima quinta vez.

Ou então, poder desabafar acerca da desilusão que foi não econtrar no disco uma única música que lhe tivesse despertado o sentimento de “tenho de mostrar isto a alguém!”. Insultar as personagens radiofónicas, que tratam o microfone (paixão secreta da Indies & Cowboys, com quem vive há muito tempo uma forte relação de amor-ódio) por tu à sua frente há vários anos, quando por vezes sente que foi induzida em erro. Aprendeu a respeitar os seus conselhos porque a ensinaram a ouvir música e por, em grande parte, serem hoje responsáveis pela sua existência.

Apesar da sua falta de jeito inata para a área de Relações Públicas a Indies & Cowboys quer reunir na mesma sala e apresentar artistas que também ela gostava de conhecer. Músicos vindos dos tais territórios áridos e independentes que, por enquanto, avista ao longe, mas acredita poder vir a conhecer mais de perto, uma vez desvanecidas as dúvidas que tem pernas para andar.

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